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15 minutos




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Um beij0...Cat

Viagem

Abro a porta do carro vermelho. Parece um carro saído daquele filme de 1987.
Por dentro é de um branco sujo, talvez seja por já ter uns belos anos. Nas mudanças tem um brilhante pequeno mas estonteante e a buzina é irritante.
Não reconheço à primeira o condutor mas sei que o conheço há muito tempo. A porta fecha com um estalido e o motor começa a trabalhar.
Ao longo da estrada, junto à costa vê-se a vegetação seca, já costume nestas alturas. Apetece-me uma bebida fresca e nem tenho de dizer nada, paramos num miradouro com um pequeno quiosque onde servem limonadas em copos de plástico. O sabor é amargo mas agrada-me, peço outro. Deixamos 3 moedas e voltamos para o carro.
Já passámos a fronteira. Vamos ao porto local para apanhar o Ferry Boat, vamos à ilha. Tiro os óculos de sol e o meu chapéu branco. Quando o comprei nem imaginava que o iria usar naquela situação. Pensava que ia finalmente conversar com aquele que me foi buscar, no seu carro vermelho. Mas ainda não… Ficámos os dois a olhar para o horizonte, como se procurássemos algo para além do por do sol.
Quando atracámos no porto da ilha perdi-o de vista. Foi buscar o carro. O som irritante da buzina reclamou a minha falta e eu arrastei-me até ao lugar do passageiro. Mas já lá estava sentado o meu colega de viagem silencioso, com um ligeiro mas sincero sorriso. Sem hesitar, dei a volta ao carro e sentei-me ao volante. Ponto morto, travão, embraiagem, dar à chave. Meto a primeira com alguma dificuldade e o carro começa a andar depois de um ligeiro solavanco. Já é noite, procuro onde se liga os médios.
Procuro uma pousada simpática. Estaciono, saio do carro e vou à recepção. O restaurante é à direita, com duas grandes portas de vidro e um empregado sorridente a atender. Jantamos e finalmente conversamos sobre coisas simples.
Gosto destes dias.
É tarde, vou buscar as chaves, é no quarto piso. Eu estou no 402 e ele no 404. Boa noite, amanha seguimos viagem.